Peça de natal 2009
Ato 1 – A família pobre.
Filho - Mãe, eu tô com fome.
Mãe - Eu sei, filho.. Eu sinto muito.
Filho - Mas mãe, eu tô com muita fome.
Pai - Você não consegue dar um jeito nessa criança, mulher?
Tia - Ele tá com fome, o que pretende que ela faça?
Filho - Mãe...?
(A tia levanta-se e sai do local)
Pai - Pára de reclamar, menino. Todos nós estamos com fome! Você não está vendo?
(Pai lhe dá um tapa na cabeça)
Filho - Ai!
Pai - Não reclama! E cala a boca!
Tia - Você não pode fazer isso!
(A mãe levanta-se, seguida pelos outros dois.)
Pai - Posso sim! Se ninguém vai educar esse menino, eu faço. Ele devia é aprender a roubar, é isso! Vou ensiná-lo a roubar!
Mãe - De jeito nenhum! Você está pensando o quê? Roubar? Você quer que o menino termine na cadeia? É isso que você quer? Seu...
(E a mãe começa a bater no pai, que responde e tenta se defender. Os dois, brigando, saem de cena, enquanto a criança tenta separá-los. Cena muda. Centraliza a tia.)
Tia - Oh, Jesus, meu irmão tem razão. É a única solução que encontro, e peço perdão adiantado. O senhor irá me entender, sei que sim. Estamos com muita fome, não tem outro jeito. Não quero ver meu sobrinho pedindo ou roubando nada. Me perdoe Senhor.
Ato 2 – O assalto.
Amiga 1- Ah, achei você. Finalmente!
Amiga 2- Oi, Best. Pra onde você vai?
Amiga 1- Vou pro Shopping. Eu preciso comprar uma blusa nova, essa aqui já usei... Não dá para usar de novo, né? Ai... vem comigo? Tem muita coisa legal, quem sabe você não compra umas coisinhas também.
Amiga 2- Ah! Eu não posso, amiga. O amigo do meu pai vai almoçar em casa. Ele tem um filho lindo e quero muito ficar com ele, então tenho que me arrumar. Acho que hoje ele me leva para dar uma volta de jipe. Vai ser tudo de bom.
Amiga 1- Nossa! Jipe? Que massa! O shopping é caminho. Vamos juntas até lá pelo menos?
Amiga 2- Claro!
(Elas começam a andar, ao virar a esquina, uma avista uma mulher encarando-as no final da rua. E uma família conversando em um canto da mesma rua.)
Amiga 1- Você viu o Pedro? Ele cortou o cabelo, tá lindo!
Amiga 2- Vi. Mas eu preferia antes. Parecia mais velho. Agora, menina, você viu a roupa que a Pri tava usando?
As duas Amigas – (dando muita risadas) Muito brega.
Amiga 1- Acho que ela tava sentindo falta da Marilyn Monroe.
(Elas riem, e continuam conversando, a cena muda. Centraliza na tia.)
Tia - Ave Maria, Cheia de graça...
(Ela rezava, enquanto começava a se locomover. Chegando perto das meninas, acelerou o passo e passou pelo meio delas, levando a bolsa das duas. Uma começa a entrar em pânico grita "socorro!")
Amiga 1 – SOCORROOOOOOOO!!! levaram minha bolsa.... Socorroooo....
Amiga 2 - Calma! Vamos à delegacia, tem uma logo ali.
Ato 3 – Coxinha!
Amiga 2 – Oi! Você tem um copo de água pra minha amiga?
Policial 1- O que aconteceu?
Amiga 1 - Eu queria registrar uma queixa!
Policial 1- Claro, pode dizer o ocorrido.
(Policial 2 saiu, policial 1 entregou uma ficha para elas preencherem. A moça volta com um copo d’água com açúcar. Depois de um tempo, ela entrega a ficha.)
Policial 2 - Ok. Iremos investigar imediatamente. Pode nos levar até o local do roubo?
Amiga 2 – Sim, nós levamos.
Policial 3- Então vamos, pois a delinquente deve estar por perto ainda.
Policial 4- Se dermos sorte, a pegaremos ainda hoje.
(Chegando ao local do roubo, eles encontram a tia, a família e as bolsas. Examinam o tipo de vida deles e recuperam as bolsas. Policial 4 se afastou para ligar pra Assistência Social.)
Policial 4 – É da assistência social? Temos um caso crítico aqui... (continua fazendo mímica.)
Policial 3 - Temos uma queixa de roubo dessas bolsas e você está presa!
Filho – Mãe, o quê a tia fez?
Mãe – Nada, meu filho! Vai deitar!
(A tia foi presa, e a Assistência Social chega, vai até o filho e o pega pelo braço. Os pais ficam sem saber o quê fazer.)
Assistente 1 - Vocês não têm condições de criar seu filho. Não o alimentam, ele não tem lar, cuidados, nem estudo. Por essas razões, ele será encaminhado para a adoção.
(Levam o filho, e a tia, a mãe e o pai ficam chorando. Cena congela.)
Narrador - ESPERA UM POUQUINHO! Porque isso acontece? Será que está certo?... Cadê o espírito de Natal? Por que crianças estão no farol pedindo, outras roubando? Essas crianças deveriam estar brincando, estudando, aprendendo a ser alguém... O quê podemos fazer para mudar tudo isso? Sei que sozinho não consigo fazer nada, mas se todos nos aqui fizerem sua parte, olha no que dá!
Você precisa trabalhar com amor
Uma só voz unindo uma multidão
Que vai plantar com fé e esperança
O trigo com as suas mãos
E com alegria então irão colher
O alimento que juntos nos ensina a viver
Você precisa trabalhar com amor
Você precisa se doar com prazer
Buscando sempre sua força interior
Mas sem esquecer
Você faz parte de um plano maior
Onde todos dão o sangue e o suor
Chegou a hora de provar seu valor
Você precisa trabalhar com amor
(passar Maria com o Filho)
O tempo faz uma criança aprender
Que as lições que a vida traz
(Passar uma mãe rica com o filho)
E ensinam a criança a crescer
Dia após dia o tempo irá mostrar
(Passar uma mãe pobre com seu filho)
Essa criança um grande homem irá se tornar
Você precisa trabalhar com amor
Você precisa se doar com prazer
Buscando sempre sua força interior
Mas sem esquecer
Você faz parte de um plano maior
Onde todos dão o sangue e o suor
Chegou a hora de provar seu valor
Você precisa trabalhar com amor
Chegou a hora de provar seu valor
Você precisa trabalhar com amor
Cai o Pano
Choramos ao nascer porque chegamos a este imenso cenário de dementes.
A plateia só é respeitosa quando não está a entender nada. A vida é muito importante para ser levada a sério.
Há campeões de tudo, inclusive de perda de campeonatos.
A liberação da energia atômica mudou tudo, menos nossa maneira de pensar.
A persistência é o caminho do êxito.